domingo, fevereiro 11, 2007
terça-feira, fevereiro 06, 2007
domingo, fevereiro 04, 2007
alfabeto
mergulhamos num espaço sem referências
exploramos as superfícies virgens e ocultas.
o desejo - reverdescer no deserto
o actuante recupera posturas
coloca-se em contacto com um novo objecto estético
e
num ponto de privilégio - enquanto observador - resiste ao desaparecimento
ao anular.
em estado de exaltação o mago (qual chamam) pode descrever ou inscrever
gestos
figuras específicas
que traduzem o desejo
e
desenha-se o impulso da acção.
a sua acção está registada em diários fragmentados, construídos por exploradores de outras terras.
na presença de uma acção plena
de sinais estranhos
de sigilos construídos sobre frases simples
de palavras soltas que exprimem os desejos
que buscam a sua concretização
e
com o auxilio do olhar
o actuante apropria-se do espaço, dos objectos, das pessoas, das ideias.
e
desta apropriação resulta a alteração do sentido das coisas, dos seus nomes, da sua linguagem.
corporalmente o actuante impõe um novo sinal.
o corpo é uma máquina de emoções.
uma ferramenta dinâmica com a qual todas as coisas se fundem num objecto único.
um espaço animado - um espaço-acção.
e
a apropriação - é a arte
experimentar < - > pesquisar < - > clarificar
através da apropriação de sinais, de ritos, de movimentos obscuros...
e
tendo em conta a familiaridade com a primeira letra
o mago entra em comunhão com todo o conjunto de símbolos (alfabeto)
... podemos iniciar a nossa liturgia da exaltação.
do êxtase.
do gozo sem barreiras
somos os chamans, os magos neste cerimonial.
apenas a sintonia é o objecto desejável.
um alfabeto.
muitos são os sinais que permanecem obscuros, distantes - e no entanto fazem parte do nosso acervo:
sonoros
gráficos
gestuais...
a apropriação actua
e
permite a construção de imagens poéticas com sinal aberto ao rito (ritmo).
cada sinal impresso desdobra-se em dois, por sua vez é triplo e direccionado aos quatro pontos cardeais
cada sinal expressa o conceito quaternário em si.
e
as chaves recebidas conjuram os espíritos
invocam os elementos
as imagens (letras) cifradas preservam crenças e o seu significado perde-se. porém a emoção é revitalizada.
cada uma das letras - tendo em conta o valor pictórico - tem uma relação próxima dos princípios da sexualidade.
estamos perante imagens que
correspondem a sonoridades
e
essas sonoridades a desejos expressos...
as letras, são sagradas - possuidoras de uma origem nominal.
- portadoras de um propósito sagrado -
daí se infere que a primeira figura gira em torno de um símbolo
e
da coisa simbolizada
ela é a progressão e, também, a unidade.
será ainda a expressão do desejo. a trindade que emerge (da unidade) - irrompe.
o significado literal não é o objectivo, a sua importância é nula - e a evidência sugere que os valores fonéticos das palavras têm uma importância relativa - as letras sagradas saem da boca do oficiante na forma de vagos tons fonéticos
e
em termos simbólicos
são, pela sua natureza, reduzidos a uma simplicidade prática.
o rito tem como objectivo entrelaçar os desejos expressos de forma dissociada
e
propõe um formato mais refinado - o da unidade.
podemos dizer que as letras terão duas identidades e funções distintas
1 - de acordo com a configuração
2 - de acordo com a fonética
e o aspecto visual/pictórico é utilizado no rito (para além do padrão subjacente - considerando o seu aspecto sonoro)
descendo a escada...
o actuante prepara-se mental
e
fisicamente para
uma libertação do tempo
do espaço.
o templo deverá ser feito
puro
o eu deverá ser centrado
o círculo deverá ser aberto ao ritual.
o círculo é o corpo
o espaço húmido
o ventre da deusa
a acção/acto deverá ser anotada no canhenho de notas do actuante/mago...
... com escrita sigiloza - automática
e
mergulha no - mais profundo
no mais remoto...
o símbolismo é arbitrário, é uma representação reduzida à simplicidade pictórica
a abstracção.
na escuridão.
o papel deverá ser queimado
as cinzas são depositadas
e
ele visualiza o nome, o desejo, a memória....
a luz torna-se mais ténue
e
o actuante
coloca-se na acção
expectante
entra no ventre da deusa
e
aí permanece - o trabalho tem início.
ele busca o ponto de luz
e a luz
entra nele.
encontra a chave do alfabeto
Tudo é Um, Um é Nenhum.
este rito activa as emoções selvagens e perturbações atávicas
entidades obscuras
extremamente poderosas poderão surgir
distanciemo-nos delas
pelo menos no primeiro encontro
exploramos as superfícies virgens e ocultas.
o desejo - reverdescer no deserto
o actuante recupera posturas
coloca-se em contacto com um novo objecto estético
e
num ponto de privilégio - enquanto observador - resiste ao desaparecimento
ao anular.
em estado de exaltação o mago (qual chamam) pode descrever ou inscrever
gestos
figuras específicas
que traduzem o desejo
e
desenha-se o impulso da acção.
a sua acção está registada em diários fragmentados, construídos por exploradores de outras terras.
na presença de uma acção plena
de sinais estranhos
de sigilos construídos sobre frases simples
de palavras soltas que exprimem os desejos
que buscam a sua concretização
e
com o auxilio do olhar
o actuante apropria-se do espaço, dos objectos, das pessoas, das ideias.
e
desta apropriação resulta a alteração do sentido das coisas, dos seus nomes, da sua linguagem.
corporalmente o actuante impõe um novo sinal.
o corpo é uma máquina de emoções.
uma ferramenta dinâmica com a qual todas as coisas se fundem num objecto único.
um espaço animado - um espaço-acção.
e
a apropriação - é a arte
experimentar < - > pesquisar < - > clarificar
através da apropriação de sinais, de ritos, de movimentos obscuros...
e
tendo em conta a familiaridade com a primeira letra
o mago entra em comunhão com todo o conjunto de símbolos (alfabeto)
... podemos iniciar a nossa liturgia da exaltação.
do êxtase.
do gozo sem barreiras
somos os chamans, os magos neste cerimonial.
apenas a sintonia é o objecto desejável.
um alfabeto.
muitos são os sinais que permanecem obscuros, distantes - e no entanto fazem parte do nosso acervo:
sonoros
gráficos
gestuais...
a apropriação actua
e
permite a construção de imagens poéticas com sinal aberto ao rito (ritmo).
cada sinal impresso desdobra-se em dois, por sua vez é triplo e direccionado aos quatro pontos cardeais
cada sinal expressa o conceito quaternário em si.
e
as chaves recebidas conjuram os espíritos
invocam os elementos
as imagens (letras) cifradas preservam crenças e o seu significado perde-se. porém a emoção é revitalizada.
cada uma das letras - tendo em conta o valor pictórico - tem uma relação próxima dos princípios da sexualidade.
estamos perante imagens que
correspondem a sonoridades
e
essas sonoridades a desejos expressos...
as letras, são sagradas - possuidoras de uma origem nominal.
- portadoras de um propósito sagrado -
daí se infere que a primeira figura gira em torno de um símbolo
e
da coisa simbolizada
ela é a progressão e, também, a unidade.
será ainda a expressão do desejo. a trindade que emerge (da unidade) - irrompe.
o significado literal não é o objectivo, a sua importância é nula - e a evidência sugere que os valores fonéticos das palavras têm uma importância relativa - as letras sagradas saem da boca do oficiante na forma de vagos tons fonéticos
e
em termos simbólicos
são, pela sua natureza, reduzidos a uma simplicidade prática.
o rito tem como objectivo entrelaçar os desejos expressos de forma dissociada
e
propõe um formato mais refinado - o da unidade.
podemos dizer que as letras terão duas identidades e funções distintas
1 - de acordo com a configuração
2 - de acordo com a fonética
e o aspecto visual/pictórico é utilizado no rito (para além do padrão subjacente - considerando o seu aspecto sonoro)
descendo a escada...
o actuante prepara-se mental
e
fisicamente para
uma libertação do tempo
do espaço.
o templo deverá ser feito
puro
o eu deverá ser centrado
o círculo deverá ser aberto ao ritual.
o círculo é o corpo
o espaço húmido
o ventre da deusa
a acção/acto deverá ser anotada no canhenho de notas do actuante/mago...
... com escrita sigiloza - automática
e
mergulha no - mais profundo
no mais remoto...
o símbolismo é arbitrário, é uma representação reduzida à simplicidade pictórica
a abstracção.
na escuridão.
o papel deverá ser queimado
as cinzas são depositadas
e
ele visualiza o nome, o desejo, a memória....
a luz torna-se mais ténue
e
o actuante
coloca-se na acção
expectante
entra no ventre da deusa
e
aí permanece - o trabalho tem início.
ele busca o ponto de luz
e a luz
entra nele.
encontra a chave do alfabeto
Tudo é Um, Um é Nenhum.
este rito activa as emoções selvagens e perturbações atávicas
entidades obscuras
extremamente poderosas poderão surgir
distanciemo-nos delas
pelo menos no primeiro encontro
poesia concreta
50 ANIVERSARIO DE LA POESIA CONCRETA
Disfrute de este espacio en la website BOEK861 de César Reglero, dedicado al homenaje de los 50 años de la Poesía Concreta.
50 ANNIVERSARY OF CONCRETE POETRY
Enjoy this space in Cesar Reglero´s website BOEK861, dedicated to Homage 50 Years of Concrete Poetry.
PARTICIPANTES - PARTICIPANTS
Giovanni Fontana, Adam Fong, Adolf, Agustín Calvo Galán, Alejandro Thornton, Alkak Luiz dos Santos y Gilbertto Prado, Ana Glafira, Anamaría Briede, Angela Ibáñez, Antonella Prota Giurleo, Antoni Albalat, Antonio Cáres, Antonio Monterroso, Antonio Orihuela, Baldo Ramos, Beatriz San Millán, Birger Jesch, Brian Whitener, Carol Starr, Caterina Davinio, Cecil Touchon, Cesar Reglero, Christian Hasucha, Cirus Console, Claudia del Rio, Claudio Grandinetti, Clemente Padín, Constança Lucas, Costis, Dan Buck, David Daniels, Demosthene Agrafiotis, Denis Charmot, Emerenciano, Eugenia Serafini, Fausto Grossi, Feliciano Mira, Francesc Xavier Forés, Franco Focardi, Franklin Valverde, G. J. de Rook, Geof Huth, Gerardo Podhajny, Graciela Gutiérrez Marx, Gregory Vincent St Thomasino, Gunther Ruch, Gustavo Fernández Alonso, Gustavo Vega, Henning Mittendorf, Irving Weiss, Isabel Jover, Ivan Etienne, J. M. Calleja, Jeanete EKohler, Joaquim Branco, John Bennett, Jorge Ismael Rodríguez, José Blanco, Josep Sou, Julien Blaine, Jurgen O.Olbrich, Keiichi Nakamura, Kostas Hrisos, Leticia Alonso Hernández, Litsa Spathi, Lois Gil Magariños, Lorena Cordero, Luc Fierens, Manuel A. Sousa, Mara Caruso, María José Ares Mondino, Mark Sutherland, Michael Morris, Miekal And, Miguel Jiménez Zenón, Monica Vallejo, Neusa Cauduro, Nicola Frangione, Nikos Vassilakis, Norberto José Martínez, P.Thoma, Patricia Robledo, Patricia Sibar, Paul de Vree, Paul Tiililä, Rainer Stolz, Reed Altemus, Regina Vater, Roberto Scala, Rocia Alegre, Rod Summers, Ruediger Axel Westphal, Ruud Janssen, Sergio Monteiro, Shutaro Mukai, Silvia Lisa, Susana Romano, Tamara Wyndham, Thierry Tiliier, Tom Gaze, Vaclav Havel, Virginia Oviedo Rodríguez y Vittore Baroni.
BOEK861
cesar@boek861.com
Disfrute de este espacio en la website BOEK861 de César Reglero, dedicado al homenaje de los 50 años de la Poesía Concreta.
50 ANNIVERSARY OF CONCRETE POETRY
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PARTICIPANTES - PARTICIPANTS
Giovanni Fontana, Adam Fong, Adolf, Agustín Calvo Galán, Alejandro Thornton, Alkak Luiz dos Santos y Gilbertto Prado, Ana Glafira, Anamaría Briede, Angela Ibáñez, Antonella Prota Giurleo, Antoni Albalat, Antonio Cáres, Antonio Monterroso, Antonio Orihuela, Baldo Ramos, Beatriz San Millán, Birger Jesch, Brian Whitener, Carol Starr, Caterina Davinio, Cecil Touchon, Cesar Reglero, Christian Hasucha, Cirus Console, Claudia del Rio, Claudio Grandinetti, Clemente Padín, Constança Lucas, Costis, Dan Buck, David Daniels, Demosthene Agrafiotis, Denis Charmot, Emerenciano, Eugenia Serafini, Fausto Grossi, Feliciano Mira, Francesc Xavier Forés, Franco Focardi, Franklin Valverde, G. J. de Rook, Geof Huth, Gerardo Podhajny, Graciela Gutiérrez Marx, Gregory Vincent St Thomasino, Gunther Ruch, Gustavo Fernández Alonso, Gustavo Vega, Henning Mittendorf, Irving Weiss, Isabel Jover, Ivan Etienne, J. M. Calleja, Jeanete EKohler, Joaquim Branco, John Bennett, Jorge Ismael Rodríguez, José Blanco, Josep Sou, Julien Blaine, Jurgen O.Olbrich, Keiichi Nakamura, Kostas Hrisos, Leticia Alonso Hernández, Litsa Spathi, Lois Gil Magariños, Lorena Cordero, Luc Fierens, Manuel A. Sousa, Mara Caruso, María José Ares Mondino, Mark Sutherland, Michael Morris, Miekal And, Miguel Jiménez Zenón, Monica Vallejo, Neusa Cauduro, Nicola Frangione, Nikos Vassilakis, Norberto José Martínez, P.Thoma, Patricia Robledo, Patricia Sibar, Paul de Vree, Paul Tiililä, Rainer Stolz, Reed Altemus, Regina Vater, Roberto Scala, Rocia Alegre, Rod Summers, Ruediger Axel Westphal, Ruud Janssen, Sergio Monteiro, Shutaro Mukai, Silvia Lisa, Susana Romano, Tamara Wyndham, Thierry Tiliier, Tom Gaze, Vaclav Havel, Virginia Oviedo Rodríguez y Vittore Baroni.
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cesar@boek861.com
sábado, fevereiro 03, 2007
da luz
um frio que, associado à luz da manhã, se converte em símbolo de um límpido e inaugural olhar sobre o mundo
I
o percurso que conduz ao movimento, que leva o actor a compreender a linguagem em jogo, produz-se pela via dos sentidos ao submeter-se espontânea e cuidadosamente a estímulos diversos que lhe permitam observar as reacções naturais do corpo - enquanto organismo - através de um trabalho com ritmo, com materiais, com o som ou, com a cor.
e
para que possa entender a dinâmica de um som ou uma cor determinada, é elemento fundamental
a luz.
aquela luz que adquire formas num diálogo com o espaço, com o movimento - a luz que sublinha a imagem que se quer transmitir ao espectador.
a luz e a penumbra jogam.
permitem apontamentos que recriam o abismo, o precipício (onde o movimento se perde nos limites do espaço) - apontamentos que confundem e surpreendem o espectador.
e
é o olhar do "artista" - enquanto operador do processo - que lhe dá dimensão.
as regras podem ser subvertidas (alteradas) pela luz. a exploração dos efeitos podem permitir verdadeiras esculturas luminosas, misturas de tons...
de uma forma geral utiliza-se a luz para iluminar objectos, actores...
poucas são as vezes em que se considera a luz em si.
daí que não experimentemos, tomemos partido do seu real poder. aquele poder que nos permite o entendimento da dinâmica de uma cor determinada ou dos materiais utilizados na acção...
a luz que nos ajuda a sentir o tempo.
- a chuva, o vento...
não a luz enquanto mera experiência cientifica ou espiritual - falamos da luz como contributo cultural (porque estético) que permite a viagem por entre acções que implicam o drama em espaço físico dinâmico e liberto.
um espaço que "exige seja ocupado e que permita uma linguagem própria e concreta" como diria antonin artaud.
portanto, a luz é contributo incontestável para a concepção de um espaço de diálogo, aberto aos sentidos. um espaço independente e livre de qualquer imposição, aberto a toda e qualquer linguagem. aberto à espontaneidade e á criatividade que irrompe do corpo (todo) do actor - o sacerdote do ritual. do drama.
II
deve-se, pois, olhar a luz como algo que - como na aproximação dos faróis de um carro que nos pode atropelar - nos faz ficar imóveis e deslumbrados.
então
devolvemos ao espectador o que ele transporta consigo
devolvemos ao espectador uma obra que provoca um despertar
III
muitas experiências religiosas explicam-se utilizando um vocabulário de vazios de luz - mas a arte pode e deve conduzir o homem ao espiritual não necessariamente religioso.
e
o espiritual tem sido historicamente o objectivo e o território da arte.
as religiões usam e abusam da arte para se aproximarem do terreno e a arte deve fazer crescer o espectador ou pelo menos recordar coisas para além do visual e do terreno.
e,
ao mesmo tempo,
o operador do processo sabe que os sentidos podem evocar a espiritualidade mas não nos transportam necessariamente para aí.
IV
com a luz as regras mudam - a mistura dos tons luminosos não é um projecto espiritual ou cientifico é educação, é cultura.
a luz é embrionária - nos passados séculos não havia instrumentos musicais sufisticados e foram possíveis grandes sinfonias. ter à disposição instrumentos, não implica boa música... - obtemos melhor luz quando dispomos de um bom olhar
e
material aceitável.
I
o percurso que conduz ao movimento, que leva o actor a compreender a linguagem em jogo, produz-se pela via dos sentidos ao submeter-se espontânea e cuidadosamente a estímulos diversos que lhe permitam observar as reacções naturais do corpo - enquanto organismo - através de um trabalho com ritmo, com materiais, com o som ou, com a cor.
e
para que possa entender a dinâmica de um som ou uma cor determinada, é elemento fundamental
a luz.
aquela luz que adquire formas num diálogo com o espaço, com o movimento - a luz que sublinha a imagem que se quer transmitir ao espectador.
a luz e a penumbra jogam.
permitem apontamentos que recriam o abismo, o precipício (onde o movimento se perde nos limites do espaço) - apontamentos que confundem e surpreendem o espectador.
e
é o olhar do "artista" - enquanto operador do processo - que lhe dá dimensão.
as regras podem ser subvertidas (alteradas) pela luz. a exploração dos efeitos podem permitir verdadeiras esculturas luminosas, misturas de tons...
de uma forma geral utiliza-se a luz para iluminar objectos, actores...
poucas são as vezes em que se considera a luz em si.
daí que não experimentemos, tomemos partido do seu real poder. aquele poder que nos permite o entendimento da dinâmica de uma cor determinada ou dos materiais utilizados na acção...
a luz que nos ajuda a sentir o tempo.
- a chuva, o vento...
não a luz enquanto mera experiência cientifica ou espiritual - falamos da luz como contributo cultural (porque estético) que permite a viagem por entre acções que implicam o drama em espaço físico dinâmico e liberto.
um espaço que "exige seja ocupado e que permita uma linguagem própria e concreta" como diria antonin artaud.
portanto, a luz é contributo incontestável para a concepção de um espaço de diálogo, aberto aos sentidos. um espaço independente e livre de qualquer imposição, aberto a toda e qualquer linguagem. aberto à espontaneidade e á criatividade que irrompe do corpo (todo) do actor - o sacerdote do ritual. do drama.
II
deve-se, pois, olhar a luz como algo que - como na aproximação dos faróis de um carro que nos pode atropelar - nos faz ficar imóveis e deslumbrados.
então
devolvemos ao espectador o que ele transporta consigo
devolvemos ao espectador uma obra que provoca um despertar
III
muitas experiências religiosas explicam-se utilizando um vocabulário de vazios de luz - mas a arte pode e deve conduzir o homem ao espiritual não necessariamente religioso.
e
o espiritual tem sido historicamente o objectivo e o território da arte.
as religiões usam e abusam da arte para se aproximarem do terreno e a arte deve fazer crescer o espectador ou pelo menos recordar coisas para além do visual e do terreno.
e,
ao mesmo tempo,
o operador do processo sabe que os sentidos podem evocar a espiritualidade mas não nos transportam necessariamente para aí.
IV
com a luz as regras mudam - a mistura dos tons luminosos não é um projecto espiritual ou cientifico é educação, é cultura.
a luz é embrionária - nos passados séculos não havia instrumentos musicais sufisticados e foram possíveis grandes sinfonias. ter à disposição instrumentos, não implica boa música... - obtemos melhor luz quando dispomos de um bom olhar
e
material aceitável.
terça-feira, janeiro 23, 2007
tempestade
as raízes do sonho
na
direcção do branco e cauterizante calor
a visão...
moldada por forças ocultas
mais fácil é bloquear as aterradoras imagens da realidade, que permanecer aberto e vulnerável ao que elas nos confiam.
fluido
maleável
escorres por entre os dedos
qual
inconstância da pele sob seda
e
o cérebro alado voa ao sabor da ventania
transforma-se numa grande tempestade
domingo, janeiro 21, 2007
se...
:: houvesse...:
e
a verdade seria um eixo móvel.
:: fotografias...:
- a âncora busca a referência
ponto fixo
processo
velocidade
continuidade
aperfeiçoamento.
:: o futuro não é necessário. já.
por ser trilhado.
e
viajar na direcção dá o sentido,
sobrevive ao destino
os peixes que saíram da água
devolvem-te o mar revolto
pois...
eu já sabia.
a ver se como
somos um mar de atropelados
por letras
sangramos pelos poros
e
lá vamos lacrimejando
um dia destes foste estúpida e brutalmente atropelado por um "A" espalmado
por uma velha máquina
e
arremessado para o muito, muito, muito longe...
graças ao acontecimento
levantaste as mãos
mostraste ao mundo o sorriso nas asas de um anjo
depois disto tudo
vou ver se como alguma coisa
se te como
com qualquer coisa